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Tratamento da neoplasia intraepitelial cervical | |
As lesões pré-malignas cervicais podem ser tratadas por um método ablativo (crioterapia ou termocoagulação) ou por excisão, dependendo de determinados critérios, que serão discutidos mais adiante. Os princípios básicos do tratamento da neoplasia intraepitelial cervical são os seguintes.
- Toda a zona de transformação sofre alteração clonal induzida por HPV e está sob risco de desenvolver NIC. Portanto, toda a zona de transformação deve ser tratada (destruída ou excisada), independentemente do tamanho da lesão.
- As NIC de alto grau geralmente se estendem para as criptas presentes na zona de transformação. A profundidade das criptas pode ser de até 5 mm. Durante o tratamento ablativo, a destruição do tecido deve se estender até 7 a 8 mm para garantir a eliminação completa da doença. Da mesma forma, durante o tratamento excisional o cone deve ser formado de tal forma que toda a zona de transformação, incluindo toda a extensão das criptas, seja removida.
- Alterações do tipo NIC1 e HPV detectadas na histologia ou colposcopia não precisam ser tratadas porque raramente progridem para graus mais severos. Lesões de baixo grau devem ser tratadas somente se as lesões aumentarem de tamanho ou gravidade durante o seguimento, persistirem por mais de 2 anos ou estiverem associadas a anormalidades citológicas de alto grau; lesões de baixo grau/NIC1 devem ser tratadas quando o seguimento não for garantido.
- NIC2 e NIC3 devem sempre ser tratadas, exceto em mulheres muito jovens (menores de 25 anos).
- A decisão de tratar uma NIC pode ser baseada em achados colposcópicos (“ver e tratar”) sem aguardar a confirmação histológica.
- O tratamento ablativo ou excisional pode ser realizado para mulheres com IVA ou HPV positivo sem verificação colposcópica ou histológica (“rastrear e tratar”) em situações em que esses serviços não estiverem disponíveis.
Papel da histerectomia no tratamento da NIC/AIS
A histerectomia não deve ser realizada como tratamento inicial da NIC/AIS. A histerectomia é indicada se a margem endocervical do cone excisado após EZT ou conização a frio for positivo para NIC2/NIC3 /AIS, e uma excisão repetida não for tecnicamente possível. A histerectomia pode ser realizada para indicações benignas coexistindo com NIC somente se o limite superior da lesão for visível e não houver suspeita de câncer invasivo.
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